12 fevereiro 2008

CORRECÇÃO DE EXAMES

A propósito do cartoon dos exames, um(a) leitor(a) disse "bem...neste caso...Espero que os meus exames sejam todos corrigidos na 1ª Hora!". A verdade é que... depende. Depende de quem corrige. Depende do estado de espírito de quem corrige (que varia ao longo da correcção). Depende dos exames já corrigidos. Uma coisa é certa: não conheço ninguém que goste de corrigir exames. Não por ser difícil. Mas por ser simplesmente aborrecido. Extremamente aborrecido. Uma seca. Principalmente com turmas grandes, em que se lê a mesma coisa uma e outra e outra e outra e outra e outra e outra e outra vez. (Só de pensar nisso dá arrepios...)
Pessoalmente, eu adoro ensinar (principalmente cadeiras sobre macroeconomia, e crescimento e desenvolvimento económico). E adoro fazer investigação. Corrigir exames é que não. Corrigir exames é sem dúvida a tarefa mais ingrata, mais aborrecida. Faz-se, mas sem prazer. Nenhum. E quem disser o contrário, quem afirmar que gosta de corrigir exames, provavelmente não está a ser completamente honesto(a).
Não quer isto dizer que a correcção de exames seja necessariamente mal feita ou seja feita de maneira incompetente. Mesmo que não se goste, mesmo que seja um sacrifício, corrigir exames faz parte da profissão. E tanto nos países onde leccionei, reparei que existe quase sempre uma grande correlação entre as notas que os(as) alunos(as) obtêm nas diversas cadeiras. Quer isto dizer que se um(a) aluno(a) é bom(boa) é porque o é e não porque esta ou aquela pessoa corrige bem ou mal os exames da sua cadeira. Claro que há excepções, mas esta é a regra.
Além do mais, apesar de não gostar de os corrigir, sou um grande adepto de exames. Se eu disser a um(a) aluno(a) que basta escrever um artigo para fazer uma cadeira, tenho a certeza que se irão concentrar em dois ou três temas das aulas e esquecer os outros. Ao fazerem exames, todos(as) são obrigados(as) a estudar toda a matéria, a tentar perceber o que está em causa. Por isso, em quase todas as cadeiras que lecciono, existem uma ou duas frequências e um exame final (com toda a matéria) e, muitas vezes, mais um ou dois trabalhos escritos. Com mais exames e trabalhos os(as) alunos(as) têm várias possibilidades de demonstrar o seu valor, aumentando a possibilidade da nota final ser um reflexo fiel do seu desempenho real.

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