21 setembro 2009

MÁ CAMPANHA

A campanha está má. Muito má. O "caso das escutas" só veio afastar ainda mais as atenções daqueles que deviam ser os assuntos que os partidos deviam debater. Numa altura em que o país se defronta com a maior crise (interna) económica das últimas décadas, numa altura em que o mundo passa pela maior crise internacional desde os anos 1930, numa altura em que mais de meio milhão de portugueses(as) não têm emprego, o que é que os nossos líderes fazem? Passam o tempo a debater alegadas asfixias democráticas, quem é que tem (ou não) o monopólio da verdade, e outras trivialidade que pouco interessam para o nosso futuro. A discussão sobre o TGV tem sido, no mínimo, pouco informativa sobre o que está realmente em causa. A questão do endividamento externo tem sido quase esquecida. A questão de um possível aumento de impostos tem sido escamoteada por todos. A questão de como iremos ajudar as empresas a melharem a sua competitividade praticamente não é debatida. A questão da interioridade não passa de uma nota de rodapé. Enfim, a campanha tem sido um autêntico marasmo de ideias. Um deserto de políticas. Um vazio de propostas. Triste. Muito triste.
Sinceramente, penso que a oposição tem mais culpa nesta matéria do que o governo. Todos sabemos o que nos espera se José Sócrates ganhar as eleições. No mínimo, pensamos que sabemos o que irá acontecer (irão certamente acontecer surpresas, principalmente a nível orçamental). Porém, o mesmo não é verdade em relação às alternativas. Quais são? O que é que os partidos da oposição defendem para combater a crise? Será que os portugueses sabem? Acho que não. Por outras palavras, os partidos da oposição têm sido ineficazes a transmitir quais são as suas principais propostas para reverter o actual estado de coisas. Quem não ler os programas dos partidos (sempre tão ambíguos) não saberá o que eles pretendem fazer. É uma pena, principalmente sabendo da elevada impopularidade que este governo tem junto de tantos sectores da população portuguesa.
O que me parece é que, no final do dia, a oposição vai perder uma oportunidade histórica de ganhar as eleições. Mais por culpa própria do que por mérito do primeiro-ministro (que, obviamente, também o tem). Posso estar muito enganado, mas parece-me que não. Logo veremos no dia 27.

3 comentários:

Anónimo disse...

Já sei. Obrigado. Votou PSD.

Anónimo disse...

Caro Álvaro

Esta trapalhada toda à volta das escutas ao do PR, consegui-me colocar perante três desilusões (nunca votei Cavaco):

- o Público ter-se enredado em noticias tão mesquinhas

- o comportamento do JMF

- a decisão de Cavaco, que sempre o achei tremendamente sério e assertivo e nunca votei nele...

Um abraço amigo do

Augusto

Nota: perante tudo isto, venha mais do mesmo, sem maioria a 27.

Augusto Küttner de Magalhães disse...

Caro Álvaro

Esta trapalhada toda à volta das escutas ao do PR, consegui-me colocar perante três desilusões (nunca votei Cavaco):

- o Público ter-se enredado em noticias tão mesquinhas

- o comportamento do JMF

- a decisão de Cavaco, que sempre o achei tremendamente sério e assertivo e nunca votei nele...

Um abraço amigo do

Augusto

Nota: perante tudo isto, venha mais do mesmo, sem maioria a 27.