26 março 2010

COMO COMBATER UMA DÍVIDA PÚBLICA

O governo Trabalhista (sim, Trabalhista) do Reino Unido anunciou que o crescimento explosivo da dívida pública britânica será combatido através de um corte das despesas públicas na ordem dos 25% até 2017. Sim, leu bem, 25%. Ou seja, cortes ainda mais profundos do que os efectuados por Margaret Thatcher nos anos 80. Medidas draconianas? Claro que sim. No entanto, os trabalhistas britânicos, bem como os próprios Conservadores, acreditam que a única maneira de combater os graves desequilíbrios orçamentais do Reino Unido é cortar na despesa pública. Porquê? Porque acreditam nas previsões do prestigiado (e independente) Institute for Fiscal Studies, que avisou que um reequilíbrio das contas públicas britânicas necessitava de um corte das despesas na ordem dos 25% nos próximos 7-8 anos.
E como no Reino Unido os governos não gostam de desbaratar o dinheiro dos contribuintes e têm a tradição de levar em linha de conta o bem-estar dos contribuintes futuros nos seus cálculos orçamentais, gerou-se um consenso político de que o corte da despesa pública é a única via para a sustentabilidade das contas públicas. Um exemplo e um consenso que, obviamente, não interessa ao governo nem à generalidade dos políticos portugueses. Porquê? Porque, é claro, quem está errado são eles, não nós.

2 comentários:

António disse...

«E como no Reino Unido os governos não gostam de desbaratar o dinheiro dos contribuintes»

Se fosse verdade, não seria necessário, cortar os tais 25% na despesas...

Sócrates disse...

No entanto vamos a ver a razão de enfermeiros por doente, os transportes públicos, ajudas sociais e afins e verificamos que eles têm muito mais que em Portugal, incluindo os ordenados e por experiência própria e diária, não diria que trabalham mais que a generalidade dos Portugueses.